E passaram-se uma, duas, três horas. E nada de você. Me ligou para falar que estava doente e não poderia sair de casa, o único problema nisso é que sua voz soava normal para os meus ouvidos, meio surdos, meio desgastados.
Eu tento entender, juro que tento. Mas minhas pernas perdem suas forças e minha mente gira formando círculos irregulares na minha frente. Meus olhos, agora perdidos, tentam encontrar algum motivo para continuar, parar de chorar, deixar de sofrer. O problema é que não conseguem, não dá. Talvez meus sentidos estejam um pouco afetados de tanto vinho ou cegos por tanto amor.
E passaram-se uma, duas, três horas. E nada mais de mim.
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