warning sign

E o céu estava com uma tonalidade roxa. Já a neblina se misturava com a escuridão da noite, junto com a garoa que caia insaciavelmente e escondia qualquer brilho que as estrelas poderiam ter. O chão tinha uma camada de água sobre ele, mas não eram poças, eram camadas, bem finas, porém qualquer roupa ficaria ensopada se nele encostasse. A luz da rua estava falha: neste momento estava ela, o belíssimo céu e a água que estava no chão.
Naquele instante, independentemente se o chão iria molhar suas calças, sentou nele junto com a sua enorme cachorra branca. Na hora, mal e mal sentia a encomodação que era aquelas mordidinhas leves na blusa do pijama, na verdade, nem se importava. Estava tão trancafiada em seus pensamentos que nem um temporal iria acordar ela naquela hora.
Mas, o que mais impressionou foi como os nossos pensamentos voam, na velocidade da luz, quando nós queremos pensar em só uma coisa, ou, simplesmente, não pensar em nada. Nunca entendi o porque, talvez o nada seja o que mais nos machuque.
Mas, foi olhando para aquele sol cor-de-flor que todas as flores se escondiam entre seus caules e a terra, tão molhada quanto aquele chão que ensopava as calças da pobre menina e que a fazia pensar um nada que a machucava.
Algumas pessoas -quem se der o trabalho de ler-, devem estar se perguntando o que seria esse nada que tanto menciono. São todas as nossas decepções, nossas mágoas, nossos ressentimentos e até, uma vergonha qualquer. Pra falar a verdade, tudo é um gigantesco nada, só que esses sentimentos se afundam um pouquinho mais no eterno buraco negro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário