and that's it

Eram 6 e meia da manhã. O relógio batia incansávelmente enquanto ouvia o vrum vrum do celular na cabiceira ao lado da cama. Com os olhos sonolentos, procurou olhar quem era. Era ele. Não aquela pessoa de sempre, mas ele. Talvez não fosse tudo que ela procurava, mas era ele.
O tempo não iria voltar para as coisas se organizarem do jeito perfeito que procurava obter em cada minúcia que tinha seu dia-a-dia. Procurou, numa fração de segundos, pensar nas alegrias e tristezas, como um tipo de lista. Qualidades e defeitos. Imbalançáveis e inalcansáveis momentos de solidão. Tanto não foi bom, que como um pensamento instantâneo, foi embora rápido também. Como um modismo, chegou e já foi.
Não consigo achar as palavras exatas para descrever com precisão o tal momento naquela manhã tão escura de inverno. Ideias fizeram a moça virar um bicho-papão: mau-humorado e desajeitado. Tudo isso em uma fração de segundos, na verdade, tudo isso em uma fração de congelantes segundos.
O celular continuava com seu vrum vrum irritável. Ela olhava para todos os lados daquelas quatro paredes cuja cor penetravam profundamente no fundo dos seus olhos claros que observavam atentamente todos as pelúcias que estavam sob suas prateleiras. Cada uma com uma história diferente. Mas agora tanto fazia. Era sexta-feira, 6 e meia da manhã.
Porém, um coração se destacou. Nele estava escrito as palavras que todas as mulheres desejariam ouvir, "fulana eu te amo", pegou-o nos braços, era macio, macio de algodão-doce. Mas era vermelho, cor da paixão, as letras estavam em auto relevo numa cor prata, não sei exatamente o que tal cor significaria, mas acredito que seja uma mensagem do além, dizendo para nós, terráquios, para nos preparar porque algum tipo de ET irá dominar o mundo. Comentário irrelevante, eu sei.
Tudo isso em uma fração de segundos, enquanto o barulho incansável do aparelho móvel acordava as pessoas da casa. E era ele, era ele quem ela devia ter ficado desde o ínicio, porque talvez daquele jeito, não teria tido o coração tão partido.

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