Meu Deus, como passa! Parece que foi ontem que eu o tinha nos meus braços. E meu Deus, como demorou para passar, minhas lembranças são tão vividas que ainda, de uma maneira estranha, sinto-o corroendo minha existencia. Senhor, que angústia! Como e quando ela passa? Será que vai embora?
Indigno-me de certa forma, como pôde deixar-me aos prantos sozinha no banco traseiro do carro? Ou como pôde deixar meus cabelos voarem ao vento da praia? Corajoso você. Mas e agora Deus, por que sinto-me tão vazia? E como ousam questionar esse enorme buraco que existe no interior do meu peito?
Não precisa voltar, não precisa me beijar.
Mas não precisa também continuar nas minhas lembranças...
Vá embora, e leve aquelas velhas cartas e aquelas fotos. Ninguém sabe, ninguém viu que o coração partiu. Não o meu, não o dele. Porém o coração que sonhava e que desejava ele...
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adeus ou há deus?
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