(bi)polar

Eu tento preencher meu vazio com as frases de músicas que escuto por aí. Tento achar em mim mesma uma explicação, se não pra tudo, gostaria de consagrar uma grande parte dos meus mais tristes problemas. Mas minha intenção não é fazer com que eu seja entendida: gostaria de obter o entendimento de mim mesma, entende?
Caso não saiba, nenhum vazio é realmente vazio. É um reflexo das coisas que estão presentes dentro da sua mente, ou, até mesmo, dos seus mais tenebrosos pesadelos. Eu queria muito saber o que isso significa e, ainda por cima, queria desaprender fingir um sorriso entre um milhão de lágrimas.
Eu tento caminhar com as minhas próprias pernas a fim de não seguir o caminho que meus dedos me levarão. Eu tento não olhar pra trás, já que vivo num presente que não me convém e, ainda por cima, imagino um futuro um tanto quanto incerto. Eu tento sorrir com um ar de falsidade perante àqueles que almejam a minha felicidade.
Não, não. Não é futilidade e nem besteira. Entenda que eu nunca fui o que eu sempre quis. Sempre estive incompleta e nunca fui nada além de mim mesma. Me conformei com o básico e com as tristezas, deixando-me levar por uma correnteza infinita.
Gostava de coisas simples como ler um texto, ser abraçada e receber com reciprocidade um beijo ou uma carícia. Adorava ouvir uma música que me levava ao extremo da emoção ou de escutar uma que me fazia levantar da cadeira e arrancar fora as minhas meias três-quartos e dançar freneticamente, imaginando os takes e como seria se eu estivesse no set com o famoso.
Mas sou uma pessoa substituta, nada é possível quando estou lúcida. Já cheguei a pensar que me amo demais, porém a realidade me mostrava um vasto e uma imenso nada. Sim, me sinto vazia. E quem é que nunca se sentiu assim?
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nada que uma overdose não ajudaria...

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