brown eyes

E eu me lembro como se fosse ontem. O céu estava horrivelmente azul e os pássaros cantavam em harmonia naquele entardecer. Fazia algumas horas que estava sozinha e aguardava anciosamente ele aparecer e me acalmar. Passaram-se horas, sinceramente, foram as mais cansativas da minha vida. Nesse exato momento, me perguntava porque tudo estava acontecendo tão lentamente.
Até que encontrei aqueles reluzentes olhos castanhos em meio de uma gigantesca multidão. Corri pra um beijo (e ele me segurou e me beijou como se fosse o dia que o mundo explodiria) mas algo tinha acontecido e eu sabia porque estava cabisbaixo, ambos tinhamos conflito com o nosso melhor amigo: eu por ser idiota e ter deixado ingressar-se em meio de uma ilusão, e ele por não entender porque sempre voltava pros meus braços quando eu rastejava pedindo perdão.
Conseguia farejar uma decepção, mas não podia fazer nada a respeito: estava loucamente apaixonada pelo moço de olhos castanhos e nada iria mudar isso. Senti a tristeza batendo-lhe a porta e o corroendo por dentro, e novamente, eu poderia nada fazer. Me senti frustrada, e ao mesmo tempo uma enorme felicidade: os olhos castanhos eram meus.
O tempo passou, aqueles olhos que tanto brilhavam quando no encontro dos meus batiam, acabaram por desaparecer. Quero dizer, o moço não perdeu os olhos, eu que perdi o moço dos olhos castanhos. Foi embora, junto com os beijos e abraços, só que naquela mudança levou tudo que era meu junto, inclusive meu coração.
Hoje em dia eu enxergo com clareza, eu sei o que é saudades. Eu só precisava te falar o estado que eu estou. Diria gritando que eu ainda procuro algum sinal. Algum sinal que eu não tenha perdido completamente seus olhos castanhos e seu cabelo moreno. Porque a verdade é que eu sinto tanto a sua falta.

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