- Não vou fechar, não vou fechar, não vou fechar... - e continuava repetindo consigo mesma, bem baixinho para ninguém ouvir. "Não terminou, não vou fechar, não vou fechar" e olhava para todas aquelas bugigangas dentro daquela caixa de sapatos. Sentia uma falta de ar, uma forma de sufoco que não a deixava pensar direito enquanto segurava em suas mãos o que um dia significou tanto.
Seguiu sua intuição e largou de vez aquele anel que carrega tantas lembranças, boas e más. Aquele mesmo anel que um dia sentiu vontade de jogar para fora do carro, agora o que mais queria era recolocá-lo, sentir no seu dedo que tudo continua igual, que nada mudou e nunca mudará.
é um problema, mas é tão grande que não saberia explicá-lo e não tenho motivos para tal confusão. Não sabia e nunca soube o que sentiu e sente ao redor dele. Ele secou suas lágrimas e afastou seus medos, porque teve que ir? Não foi o suficiente todo amor que ela o deu, indigno de confiança. Mas é difícil de tirar da cabeça aquilo que já está no nosso coração.
E finalmente, num piscar de olhos, fechou a caixa e a guardou dentro do guarda roupa. Apesar de tudo ter terminado, ela ainda sentia um tipo de acabamento mau feito, se é que você me entende. A estrela não brilhava mais porém o caminho ainda era visível e, mesmo sem esperança alguma, decide seguir em frente e talvez o tempo a torne forte. Mas agora é tarde demais e não poderia mais esperar...
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