Um pouco cansada, me debruçava naquele banco quando o vento frio batia nos meus cabelos e, apesar das companhias ao meu redor, sentia uma mistura de angustia com insatisfação enquanto dava uma risadinha falsa aqui, ou ali pra disfarçar realmente o que o meu coração queria dizer, o que ele precisava dizer.
Caso ainda não me conheçam: tenho uma fixação por olhos, principalmente os verdes, eles me cativam de uma forma muito estranha e me deixam sonhar que um dia vou conseguir ver minha vida dentre aquela imensidão de clareza, de profundidade, de vida.
Costumo somente imaginar mas, naquela hora, tinha uma visão ampla das costas que estavam sendo tampadas por uma camisa xadrez e do cabelo claro que transparecia sob a testa e me lembrei do abraço...
Não era qualquer um, era apertado. Na realidade, era único. E a tristeza de que talvez nunca mais poderei sentir esse envoltório, parte profundamente meu coração com a melodia de uma música triste no violão. Não queria acabar dormindo enquanto minhas lágrimas ainda estão sendo lançadas dentro de milhares de pensamentos na minha mente.
Decidi me virar, o boné branco apareceu na minha frente com uma exatidão perfeita de momentos. Os olhos também são verdes, e eu realmente poderia me ver um dia me apaixonando por essa pessoa. Se somente pudesse acreditar que talvez nunca será. Sinto como se estivesse aprisionada a você de alguma forma estranha, queria você aqui. Porém, ao mesmo tempo, não quero você ao meu redor se lamentando das milhares de vezes que partiram seu coração. Fique sabendo que eu nunca faria uma coisa dessas.
Lembro seu sorriso, mas não queria lembrar.
O amor é uma desculpa para machucar os outros e se machucar. Advirto a vocês: nunca se envolvam com quatro olhos verdes, seu poder é indescritível e dolorosamente doloroso.
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