desabafo III

Eu sei que isso é chato e tudo mais, porém não posso me conter. Não dessa vez. Preciso conversar com alguém, sinto uma enorme necessidade de sentir alguém realmente se importando. Não, caro leitor, não estou fazendo drama. Acredito que você nunca se sentiu assim... vazio. Talvez eu consiga descreve-lo aqui mas mesmo assim nunca serei entendida. E normalmente, tenho essa péssima característica de realmente querer saber e mudar meus conceitos de mim mesma dependendo do que as pessoas pensam de mim.
Vou começar com uma breve frase: ninguém vai se importar com a sua dor, independe o tamanho, o por quê e como ela vai ser curada. As pessoas são egoístas por natureza. Percebi isso desde o início desse ano, não vou citar nenhum nome no decorrer desse texto, mas, espero, uma vez na minha vida, ser compreendida.
Tudo começou no início desse ano, virada mesmo. Eu estava na beira da praia quando o relógio marcava meia noite. Uma garrafa barata de espumante, meu amigo e eu (sem mencionar a carteira de L.A que eu tinha no meu bolso). Fomos em direção a uma lan house que estava no centro daquela praia e lá eu o encontrei. Encontrei o motivo das minhas lamentações aqui no meu blog, o motivo das minhas antigas lágrimas durante uma enorme madrugada. Veio em minha direção e desejou-me feliz ano novo, senti como se eu estivesse caindo, sem algum motivo aparente. Comecei a me sentir sozinha, mesmo com aquela multidão de pessoas que estava ao meu redor. Você sabe como é isso? Não é procurar alguém e muito menos esperar. É uma solidão, como se você fosse invisível entre os milhares de sorrisos bebados que estão por ai. Continuei assim por um bom tempo, até me encontrar com um velho amigo chamado Martini. Ele me ajudou a passar a noite.
Não quero alongar isso, só vou dizer que agora não sinto tanto a falta dele. Na verdade eu sinto falta de mim mesma quando estava com ele, sinto falta dos meus reais sorrisos e das verdades inapropriadas que dizia enquanto ele estava só comigo e com mais ninguém. Aprendi a curar um coração partido depois de 3 anos, alguém quer a receita?
Conheci pessoas novas e sempre me espantava com a facilidade que conseguia me afastar delas. No final sobrava meus textos, quem os lê e eu, como aquele blablabla da multidão mas dessa vez sem multidão nenhuma. Joguei fora uma mega chance que eu tinha de finalmente voltar a ser quem eu era, joguei fora as ideias de mim mesma, joguei fora quem eu era. Até joguei minha melhor amiga fora.
Quero dizer, ela estava estranha e eu não entendia o porque. Sempre fui um tanto quanto insensível e as lágrimas não bastavam pra me sensibilizar. Ela foi embora e nem me disse adeus. Ela foi embora sem nem dizer o porque. Ela simplesmente foi... embora. Sinto a falta dela como se me faltasse uma perna, um braço, um pescoço, um coração.
Comecei a pensar na vida em uma nova perspectiva. Comecei a acreditar que a vida não valia a pena ser vivida. Nesse dia eu ingeri uma média de 10 aspirinas pra tentar acabar com a dor de uma vez, não deu certo. Eu simplesmente vomitei elas e depois dormi até o outro dia. Acordei me sentindo inútil, nem me matar eu consegui. Aposto que isso você nunca sentiu.
Chorava todos os dias, pensava que a morte era a solução (a morte era a solução) e as pessoas tentavam de tudo pra me animar e nunca conseguiam o resultado necessário. Agradeço por isso, mas é que é uma coisa muito além do tentar. Se quem quisesse se matar sempre conseguisse, me sentiria livre de mim mesma agora. Livre dessa prisão que eu chamo de vida. Livre... livre.
Fui num psiquiatra ele me receitou um remédio, não adiantou mas eu fingia que tinha adiantado. Eu estava feliz por fora mas morta por dentro, entende? Perdida e insegura. Ninguém me achou.
Decidi procurar a opinião de outro médico e ele me disse que eu possuo TAB, pros desinformados Transtorno Afetivo Bipolar. Estava ai o motivo dos meus frustrantes relacionamentos...
Mas é agora, mais que nunca, que estou me sentindo vazia... o copo não está pela metade. Está vazio e ninguém tenta entender isso. E sem nem ao menos contar com a lâmina que perfurou a pele do meu braço sexta feira a noite.
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Lost and insecure, you didn't find me.

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