
Eu estava lá, sozinha e atirada em meio de uma gigantesca multidão. Sem saber o porque, mas continuei incansavelmente a esperar uma resposta, um motivo pra continuar de pé estática. Não achei mas continuei buscando enquanto aquelas mãos me puxavam para longe daquele lugar, daquela cena.
- Não acredito que ele estava ali... não acredito que ele nem me viu.
Realisticamente, não acredito até hoje que os dedos que o encostavam não eram os meus. Chorei desesperadamente em meio àquele grupo de adolescentes que pulavam freneticamente procurando uma resposta, algum tipo de sinal. Até que depois de simplesmente parar, olhei para o lado e vi um rapaz, bem simples e ao mesmo tempo tão especial. Olhei-o. Encarei-o. Ainda recordo-me daquele rosto que olhava em direção ao meu. Sinto falta daquele momento, em especifico, daquele olhar.
Indescritível. Entendo muito bem de últimos suspiros e de formas estranhas de dizer adeus, essa foi uma das vezes que vislumbrei a dor de nem ter conhecido alguém. Segui meu rumo caminhando em direção ao palco que estava regado de pessoas suadas e bêbadas, em direção aquela música ruim e aquelas pessoas que não iam me chamar tanta atenção.
Meu rosto estava com uma expressão vazia, meus braços caiam devido ao peso que havia colocado neles, minhas pernas tremiam e, com isso, mau conseguia manter-me em pé. Mas mesmo assim consegui o enxergar. Melhor, consegui vê-lo por completo, e somente com aqueles olhos castanhos ele conseguiu me fazer querer ficar parada só o olhando pelo resto das minhas horas.
Senti uma mão me puxando para longe enquanto pedia para continuar lá. Me acostumei com a fossa e fui sendo arrastada pro fundo dela naquele exato instante. Novamente parei e continuei encarando o nada e esperando uma resposta.
Até que ele apareceu. Eu já disse como estava lindo naquela noite com uma blusa polo preta? Já disse em como eu queria passar o resto dos meus dias com aquele sorriso ao meu lado? Dessa vez sozinho, veio em minha direção e me disse em como eu estava estranha e em como queria passar o resto da noite aqui. Segurei uma lágrima e disse que sentia falta dele...
Não, não. Não se desesperem, eu não disse nessas palavras. Somente comentei como algumas pessoas fazem falta... ok, não disse nada disso, mas queria muito ter dito. De verdade, queria mesmo.
Ele estava lá, praticamente de joelhos pedindo pra que eu ficasse lá, como eu sempre quis. O problema é que não conseguia tirar aqueles olhos castanhos da cabeça... o beijei suavemente na bochecha e falei que ele estava simplesmente perfeito naquela noite e que qualquer moça teria sorte em tê-lo do lado.
Sai. Ele me puxou... quer dizer, queria tanto que ele tivesse me puxado. Sinto falta dele como se me faltasse comida, vazio.
Ele ainda está por aqui, eu ainda espero... mas cansei. E aqueles olhos castanhos cada dia me cativam mais e mais...
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