Aqui estou eu novamente dona Saudades, achei que deveria voltar a lhe escrever porque nesses quarenta dias de ausência que tive, você me acompanhou. Passou um bom tempo ao meu lado, indo e voltando, teve até vezes que eu pensei que não voltaria mais. Mas eu sempre soube que nunca me abandonaria.
Desculpe essas minhas amargas palavras, é que no momento estou um tanto quanto enferrujada em expressões. Só quero te informar que fiz um novo amigo, o nome dele é Solidão. Ele me acompanhou enquanto fumava aqueles cigarros amentolados nas noites frias e chuvosas. Me disse coisas que eu talvez não queria ter ouvido. Mas ai ele me apresentou a sua prima lá de segundo grau, a Verdade.
Ela me ensinou que independente de qual for a situação sempre há um motivo relevante para haver uma mentirinha aqui, outra ali. E é por isso que não devo ouvir o que a Ilusão me diz... essa dai dona Saudades... vou te contar, é tão falsa e tão simplória, tenho pena dela. O senhor Esquecer, lembra dele? Me procurou também, disse que eu seria bem mais feliz se caso eu deixasse o meu mais novo amigo de lado. Que ousadia a dele.
Dona Saudades, eu queria que você tirasse umas férias, está sempre tão ocupada comigo que acredito que não tenha tempo para sua prória alegria junto com seu irmão, o Seu Nostalgia, certo?
Me de um tempo, me dê um espaço de uma semana, quero ver como vou reagir sem sua presença. Mas volte, nunca me abandone. Sou movida de lembranças que são guiadas por você, preciso de ti. Mas tome cuidado ao voltar: não se perca no caminho e permaneça com o pensamento em mim. E não esqueça de voltar, sou absolutamente vazia sem você.
Caso quiser, mande-me cartas. Estarei ansiosamente esperando por elas.
Abraços carinhosos da sua eterna companheira.
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