Bridge

Numa cidadezinha bem pequena existe uma ponte de frente ao mar. Ela tem uma aparência antiga, como os meus pensamentos que voltaram a dois anos atrás, e suas cores são tão opacas quanto uma jóia falsificada. Naquele lugar me sentei e fiquei, não nego que a vontade de chorar não tenha tomado conta de mim pois, se dissesse, estaria mentindo.
As recordações das pessoas, dos momentos e dos sentimentos às vezes tomam conta de nós. E foi naquela ponte que fiquei parada, estática, observando aquele mar azul-esverdiado na minha frente e pensava comigo mesma o que será que ele estava tentando me dizer com tanto temor. Por muito tempo acreditei que saudades fossem normais e lamentações fossem a consequência, mas eu me enganei, da mesma forma como errei com tanta gente.
Foi naquela ponte suja, riscada e opaca que eu pensei na minha vida. Foi embaixo daquele sol escaldante que tomei uma decisão - As pessoas não vão voltar e eu não posso fazer nada a respeito - e sei que não parece uma decisão, mas pra mim foi. E grande demais.
Os cachorros brincavam naquela areia que não podia ser mais amarela e o sol brilhava no meu rosto tão vazio. Depois de tanta melancolia, o cigarro ajuda, não como deveria, mas ajuda.
O mar estava tão azul que se confundia com o celeste do céu, e o que será que ele me dizia? Que eu devo seguir meu coração, apesar de ainda não saber o que ele precisa.

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